Países europeus e norte-americanos em crise devido à baixa taxa de fecundidade e aumento da escolaridade, desafios em políticas de imigração e mercado de trabalho jovem.
Uma pesquisa recente divulgada na renomada revista científica The Lancet revela preocupações em relação à fertilidade global. Segundo o estudo, apenas seis países, representando cerca de 3% do total, apresentarão índices de nascimentos suficientes para a reposição sustentável da população até o ano de 2100. Essa análise abrange dados desde 1950 até os dias atuais, projetando cenários para as próximas décadas, indicando um cenário desafiador em relação à fertilidade em escala mundial.
Além disso, a pesquisa também aponta que a taxa de natalidade tem diminuído consistentemente em muitas regiões do mundo, o que contribui para o cenário de fertilidade preocupante. Os países listados como modelos de fertilidade sustentável são Samoa, Somália, Tonga, Nigéria, Chad e Tajikistão, destacando-se em meio a um panorama global desafiador. Essa análise ressalta a importância de políticas públicas voltadas para o estímulo da fertilidade em diversas nações, visando garantir um futuro demográfico mais equilibrado e saudável.
Impacto da Fertilidade na População Mundial
A pesquisa realizada em parceria com o grupo Global Burden of Diseases revela dados preocupantes sobre a fertilidade em nível global. A taxa considerada adequada para reposição populacional é de 2,1 filhos por mulher ao longo da vida. No entanto, em 2021, apenas 46% dos países apresentaram uma taxa de fecundidade acima desse patamar, destacando-se a África Subsaariana nesse contexto.
Em 1950, a taxa de fecundidade global era de 4,84, registrando uma queda significativa para 2,23 em 2021. Projeções futuras apontam para uma redução ainda maior, com estimativas de 1,83 filhos em 2050 e 1,59 em 2100. Essa tendência de diminuição da fertilidade pode resultar em uma redução do tamanho das populações ao longo do tempo.
Desafios e Mudanças na Taxa de Natalidade
Observa-se que fatores como aumento da escolaridade entre as mulheres, maior inserção no mercado de trabalho, políticas de planejamento familiar e acesso facilitado a métodos contraceptivos têm influenciado as taxas de fecundidade. O pesquisador Rafael Moreira, da Fiocruz Pernambuco, ressalta que houve um declínio gradual dessas taxas ao longo das últimas décadas.
Os países europeus e da América do Norte enfrentam problemas em relação à taxa de fecundidade, o que pode acarretar consequências econômicas e sociais de grande impacto. O envelhecimento da população, a diminuição da força de trabalho e a necessidade de reformulação das políticas de imigração para suprir a demanda por mão de obra jovem nos mercados de trabalho são desafios que se destacam nesse cenário.
Desafios e Perspectivas no Brasil
No Brasil, a taxa de fertilidade passou de 5,93 filhos em 1950 para 1,93 em 2021. Projeções futuras indicam uma queda contínua, chegando a 1,57 em 2050 e 1,31 em 2100, abaixo da média global. A implementação de políticas pró-natalidade pode influenciar nesse cenário, porém as mudanças demográficas terão impactos econômicos e sociais significativos.
Destaca-se a necessidade de repensar estratégias diante do envelhecimento da população e da redução da força de trabalho. O artigo ressalta a importância de políticas voltadas para o aumento da taxa de fertilidade, considerando os reflexos no mercado de trabalho e nos sistemas previdenciários. É fundamental estar atento às mudanças demográficas e suas repercussões no desenvolvimento socioeconômico global.
Fonte: @ Agencia Brasil
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