42% preferem critério racial, 41% apoiam vagas para alunos de escola pública. Variáveis como política pública e critérios de cotas são relevantes.
Uma recente pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada no jornal Folha de S.Paulo aponta que a maioria esmagadora, 83% dos brasileiros, apoia as cotas em universidades e institutos federais. A discussão sobre a implementação das cotas é sempre um tema importante e necessário para promover a inclusão e a igualdade de oportunidades no acesso ao ensino superior.
No entanto, a pesquisa também revelou uma divisão entre os entrevistados quanto ao critério racial para a destinação das vagas. Apesar do apoio maciço às cotas, ainda existe controvérsia em relação à forma como as reservas de vagas são destinadas aos candidatos. É fundamental debater e discutir essas questões para garantir que as políticas de cotas sejam eficazes e justas para todos os grupos sociais.
Opiniões sobre cotas e reserva de vagas
Sobre as cotas, os entrevistados responderam:
- Deve permanecer como está pois é importante para corrigir desigualdades raciais: 42%;
- Deve haver reserva de vagas apenas para estudantes de escolas públicas, independente de cor ou raça: 41%;
- Não deve ter reserva de vagas para ninguém: 15%;
- Não sabe/outras respostas: 2%.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas nos dias 19 e 20 de março, com margem de erro de dois pontos para mais ou menos.
Pessoas negras (47%) e jovens de 16 a 24 anos (47%) são os principais apoiadores da atual política pública, enquanto brancos (18%) e pessoas com 60 anos ou mais (21%) são contra reservar vagas em universidades e institutos federais para quaisquer pessoas.
As margens de erro para grupos específicos é de 3 a 5 pontos para mais ou para menos no quesito raça e de 4 a 5 pontos nas faixas etárias.
Revisão da lei de cotas e inclusão de grupos específicos
Desde 2013 as universidades e institutos contam com critérios de cotas para parte das vagas de estudantes. A lei foi revisada no ano passado e definiu metade das vagas para alunos de escolas públicas de baixa renda, pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. Os quilombolas passaram a ser incluídos nas vagas reservadas, o que não estava previsto entre 2013 e 2023. Entraram na reserva vagas para pós-graduação.
Importância das cotas e critérios de reserva de vagas
Também foi alterada a renda familiar para se ter direito à vaga e passou de até de um salário mínimo e meio para até um salário mínimo. As cotas são fundamentais para garantir a igualdade de oportunidades e a diversidade nas instituições de ensino. É essencial que critérios raciais sejam considerados na política pública, contemplando grupos específicos que historicamente foram marginalizados. A existência de margens de erro é importante para garantir a precisão dos resultados e a eficácia dos critérios de cotas. [Esta reportagem está em atualização]
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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