Cesta Básica: Informações sobre emprego, contas públicas, arcabouço fiscal, arrecadação recorde, corte de juros, inflação, alta de preços e renda fixa.
Nesta sexta-feira (5), todos os olhos estão voltados para a Petrobras, a maior empresa do país. A expectativa é grande em relação aos seus resultados e projeções para o futuro. Além disso, no cenário internacional, a Petrobras também desperta interesse, sendo uma das maiores petrolíferas do mundo.
Por ser uma estatal, a Petrobras sempre está sob os holofotes, sofrendo pressões e críticas constantes. Entretanto, sua importância para a economia do Brasil é inegável, sendo responsável por uma parcela significativa do PIB do país. A gestão da empresa sempre gera debates e discussões em torno de sua eficiência e transparência, refletindo diretamente no mercado financeiro.
Atenção aos Movimentos na Petrobras
Além disso, permanecem no radar falas de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, que participam de eventos ao longo do dia. E como se não bastasse isso tudo, os investidores também estão de olho na nova novela da Petrobras.
Ontem (4), circularam notícias de que o presidente Lula teria convidado Aloizio Mercadante para assumir a estatal e esse assunto deve render ao longo do dia. Ontem (4), as ações da Petrobras passaram por uma verdadeira montanha-russa ao longo do pregão.
No início do dia, os papéis subiram devido a rumores de que o pagamento de dividendos extraordinários poderia voltar. A companhia voltou a negar qualquer mudança na decisão e, no fechamento do pregão, rumores de que o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, teria sido convidado por Lula para assumir a estatal no lugar de Jean Paul Prates fizeram as ações encerrarem o dia em queda.
É crucial ressaltar que o mercado reage negativamente ao que considera possíveis interferências políticas na gestão da empresa. Por isso, esse assunto ainda terá repercussões ao longo do dia.
Além da Petrobras, nesta sexta-feira o mercado também está atento às falas de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que participa de uma palestra do Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) às 10h. Os investidores buscam pistas sobre os rumos da Selic, especialmente após o Banco Central ter deixado em aberto o que acontecerá com os juros após o próximo corte de 0,5 ponto percentual.
O dia também conta com as palavras de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em um evento às 17h. Na agenda de indicadores, os dados de contas públicas do mês de fevereiro serão divulgados às 8h30. O tema é relevante considerando todas as discussões sobre a viabilidade (ou não) do governo zerar o déficit neste ano e cumprir o arcabouço fiscal.
Desafios Fiscais e Econômicos
Recentemente, os cálculos do próprio governo indicaram um déficit de R$ 28,8 bilhões em 2024. Entretanto, a arrecadação recorde de fevereiro trouxe algum alívio para o mercado, apesar de muitos economistas reconhecerem que zerar o déficit será uma tarefa difícil. O destaque de indicadores do dia, no entanto, vem do exterior.
O famoso ‘payroll’ dos Estados Unidos, que traz o indicador de emprego criado, será divulgado às 9h30 e é o ponto focal do mercado. Após a inflação apresentar sinais de desaceleração no ano passado, a expectativa de redução das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no início deste ano começou a diminuir.
No entanto, com diversos indicadores, principalmente de emprego, demonstrando força, essas apostas perderam a atratividade. Isso ocorre porque uma economia robusta significa maior pressão inflacionária. Assim, os dados do mercado de trabalho estão sob escrutínio por parte dos investidores.
Impactos nos Mercados
Em caso de um payroll mais forte do que o esperado, isso pode gerar mal humor na bolsa.
Os discursos do Fed têm apresentado sinais mistos. Enquanto alguns dirigentes da autoridade monetária preocupam o mercado com discursos mais cautelosos sobre a redução dos juros, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, busca acalmar os ânimos ao afirmar que ainda é prematuro dizer se a alta inflação se sustentará por lá.
A questão é: se a alta de preços continuar ganhando força, o Fed pode manter as taxas altas por mais tempo. Assim, os títulos de renda fixa, principalmente os do Tesouro norte-americano (considerados os ativos mais seguros do mundo), continuarão sendo atrativos. Afinal, com juros mais elevados, eles rendem mais.
Portanto, ativos e países de maior risco (como a bolsa brasileira, por exemplo) perderão atratividade em um cenário assim. Assim, os EUA permanecem em evidência no mercado brasileiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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