Anielle Franco destacou que, uma semana após a cobrança pública de mulheres negras em fórum da ONU na Suíça, ministra se comprometeu a dialogar com o governo de Portugal.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, expressou sua profunda satisfação com a recente declaração do presidente de Portugal sobre a reparação histórica devidamente reconhecida. Segundo ela, essa atitude é um reflexo da crescente conscientização e do clamor da comunidade negra por reparação e justiça.
Esse gesto de reconhecimento vai muito além das palavras e tem o poder de incentivar conversas significativas sobre a necessidade de compensação e reparação em relação aos danos causados. É um passo importante rumo a um processo de indenização e ressarcimento que há tanto tempo é aguardado e reivindicado.
Portugal se Compromete com a Reparação em Fórum Internacional
Em um contexto de cobrança por compensação e indenização, movimentos de mulheres negras no 3º Fórum Permanente para Pessoas Afrodescendentes das Nações Unidas, em solo suíço, deixaram claro a importância de um compromisso público de Portugal. Instituições como o Instituto Marielle Franco, o Odara – Instituto da Mulher Negra e as Redes da Maré clamaram por medidas efetivas de combate à xenofobia e ao racismo contra a população negra em território português.
Anielle, ministra dedicada à causa, revelou que o ministério está em diálogo com o governo português para auxiliar na elaboração de ações reparatórias. Desde o ano anterior, têm sido discutidas medidas de igualdade racial em conjunto com parceiros como o Banco do Brasil. Propostas incluem iniciativas como créditos para apoio educacional, cartões direcionados a afroempreendedores e a preservação de espaços históricos como o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro.
O Compromisso de Portugal com a Reparação pela Escravidão
Em uma fala significativa, o presidente de Portugal, Rebelo de Sousa, reconheceu a responsabilidade histórica de seu país em relação aos danos causados pela escravidão. Em diálogo com correspondentes estrangeiros, o presidente assumiu a total responsabilidade pelos massacres a indígenas, escravidão de milhões de africanos e saques realizados.
Rebelo de Sousa destacou a necessidade de reparar os danos causados, mencionando a importância de enfrentar a escravidão e as injustiças cometidas no passado. Este posicionamento representa um marco na história de Portugal, sendo a primeira vez que um presidente do país reconhece claramente a culpa nas dolorosas práticas do passado.
Portugal Reconhece a Necessidade de Ressarcimento pela História Colonial
Ao discutir a reparação pelos custos legados pela escravidão, o presidente português enfatizou a importância de assegurar a justiça e a compensação pelos danos históricos. Expressando sua determinação em lidar com as consequências do passado colonial, Rebelo de Sousa ressaltou a gravidade dos atos cometidos por Portugal e a urgência de reparar as injustiças.
Diante do peso histórico e das repercussões atuais, o compromisso de Portugal com a reparação ganha destaque, sinalizando uma mudança significativa na abordagem do país em relação a seu passado colonial. O reconhecimento da culpa e a disposição em reparar os danos demonstram um novo capítulo na relação de Portugal com sua história e as comunidades afetadas por suas ações no passado.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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