Sócio-fundador de influente investidora de venture capital no Brasil otimista a longo prazo, mas receoso a curto prazo após eventos realizados.
Ricardo Kanitz optou por manter uma postura neutra em relação ao futuro do mercado de tecnologia no Brasil e na América Latina. Com incertezas e possibilidades em jogo, é fundamental acompanhar de perto as tendências e movimentações desse segmento em constante evolução.
O setor de tecnologia continua atraindo investidores e empreendedores com seu potencial inovador e disruptivo. A competição e a busca por soluções cada vez mais avançadas tornam esse mercado dinâmico e desafiador. É crucial estar atualizado e preparado para as oportunidades que surgem nesse cenário em constante transformação e evolução.
O cenário atual no mercado de tecnologia
Sócio-fundador da Spectra Investments, uma das maiores investidoras de fundos de venture capital no Brasil, com ativos significativos sob gestão, Kanitz compartilhou sua visão sobre o setor de tecnologia durante o Upload Summit. Ele expressou uma postura dual em relação ao mercado, sendo bullish no longo prazo e bearish no curto prazo.
Kanitz destacou que, apesar dos desafios enfrentados, percebe otimismo no mercado de tecnologia devido à determinação e criatividade dos empreendedores brasileiros. Ele ressaltou a abordagem inovadora dos negócios no país, onde cada problema é encarado como uma oportunidade de crescimento. Para ele, a abundância de talentos no cenário empreendedor é um ponto forte a ser considerado.
No entanto, o investidor revelou sua postura bearish ao mencionar a redução da alocação de capital em venture capital na região liderada pela Spectra nos últimos anos. A porcentagem destinada a investimentos em tecnologia caiu de 25% para 5% do portfólio, sinalizando uma mudança estratégica. Esse movimento foi impulsionado por preocupações relacionadas aos índices de eficiência dos fundos.
Kanitz apontou que o índice de eficiência, que mede a relação entre receita e custos operacionais, sofreu uma queda significativa ao longo dos anos em empresas de estágio série A. Essa diminuição, de 2,5x para 0,3x, levanta preocupações sobre a rentabilidade dos investimentos no setor. Embora seja possível obter lucro nos exits das empresas investidas, a preocupação com a eficiência operacional persiste.
Em relação aos preços, Kanitz comparou os valuations de empresas em estágio seed na América Latina com os dos Estados Unidos. Ele destacou um aumento nos valores, mencionando que o valuation pre-money saltou de US$ 2,5 milhões para US$ 10 milhões a US$ 11 milhões, mesmo após correções recentes. Essa disparidade levanta questionamentos sobre a sustentabilidade dos preços no mercado latino-americano de tecnologia.
Olhando para o futuro do venture, Kanitz prevê um cenário de crescimento e resiliência no mercado de tecnologia nos próximos cinco anos. No entanto, ele antecipa desafios nos próximos dois anos, destacando a importância de uma abordagem cautelosa diante das mudanças e oscilações no setor. A análise de Kanitz oferece insights valiosos sobre as tendências e desafios que influenciam o mercado de tecnologia e o cenário de venture capital no Brasil.
Fonte: @ NEO FEED
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