Expectativa de aumento das emissões em 2024 mesmo com incertezas climáticas e volatilidade de preços; demanda global e práticas sustentáveis são fundamentais.
Recentemente, o mercado de Fiagros enfrentou desafios, como mudanças nas regras e dificuldades no pagamento de títulos, provocando um certo estresse entre os investidores. No entanto, apesar das adversidades na área de grãos, a situação não chegou a ser considerada uma verdadeira ‘crise’.
Os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais, conhecidos como Fiagros, são importantes instrumentos de investimento para quem deseja aplicar recursos no setor agroindustrial. Apesar das oscilações do mercado, os Fiagros ainda apresentam oportunidades atrativas para os investidores interessados em diversificar sua carteira. É fundamental estar atento às mudanças no cenário econômico e nas políticas do setor para tomar decisões mais assertivas em relação aos investimentos.
Fiagros: O Futuro do Investimento em Cadeias Agroindustriais
Segundo especialistas, as dores fazem parte de um primeiro estresse, típico de um natural processo de maturação dos Fiagros. As lições aprendidas agora serão fundamentais para consolidar esse novo instrumento, que se destaca como uma das principais alternativas para ampliar o crédito privado e a participação de investidores no setor agroindustrial.
Em fevereiro, em meio a uma quebra de safra e à queda dos preços dos grãos, os investidores pessoa-física se tornaram mais cautelosos em relação ao agro. Essa conjuntura inicialmente turvou as operações dos Fiagros, porém, foi seguida por uma mudança estrutural que impactou o mercado.
Um Novo Cenário para os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais
O Conselho Monetário Nacional (CMN) adotou critérios mais rígidos para a emissão de títulos incentivados, como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs. Empresas sem atuação direta no agro foram proibidas de emitir CRAs, ativos essenciais para os Fiagros.
Pedro Freitas, sócio e responsável pelo agro no Investment Banking da XP, destaca que a mudança de regras motivou um retorno das companhias autorizadas a emitir CRAs. A demanda dos investidores segue forte e tende a crescer, impulsionada pela queda da taxa básica de juros e pela busca por alternativas de investimento.
Expansão e Desafios dos Fiagros no Mercado Financeiro
As ofertas públicas de Fiagros totalizaram R$ 8,8 bilhões no ano passado, representando um aumento de 20,8% em relação a 2022. As emissões de cotas de Fiagros-FIIs atingiram R$ 7,2 bilhões, enquanto as de Fiagros-FDICs chegaram a R$ 1,6 bilhão.
A captação líquida dos Fiagros alcançou R$ 3,8 bilhões, comparada a R$ 3,7 bilhões no ano anterior. O patrimônio líquido desses fundos chegou a R$ 34,7 bilhões em fevereiro, registrando um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano passado.
O Papel do Gestor e as Perspectivas para os Fiagros
Freitas ressalta a importância da relação ‘risco x retorno’ na gestão dos Fiagros. Com as mudanças no mercado financeiro e a redução dos spreads, é fundamental que os gestores estejam atentos para evitar riscos excessivos.
Ele acredita que as emissões de Fiagros continuarão a crescer em 2024, e que fundos alternativos, como private equity e land equity, ganharão destaque. A AGBI, por exemplo, aposta em um Fiagro focado na transformação de terras agrícolas, com práticas sustentáveis e prazos mais dilatados.
Desafios e Oportunidades no Setor de Agronegócios
O setor agroindustrial enfrenta incertezas climáticas e volatilidade de preços, mas mantém fundamentos sólidos a longo prazo. Com a demanda global por alimentos em crescimento, o Brasil se destaca como um dos principais players nesse mercado.
Diante desse cenário, os Fiagros se consolidam como uma opção atrativa para investidores, contribuindo para o financiamento do agronegócio e impulsionando a economia do país. A gestão responsável e a busca por práticas sustentáveis são fundamentais para garantir o sucesso desses fundos no longo prazo.
Fonte: @ Info Money
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