Advogada envia beijo a membro do MP durante sessão de tribunal. Ele recusa, chamando-a de feia. Falta de ética e preconceito misógino evidentes.
O Promotor de Justiça atuante no Ministério Público do Estado de Goiás foi o responsável por um incidente durante uma audiência no Tribunal do Júri em Alto Paraíso. Durante a sessão, ele proferiu um comentário ofensivo a uma advogada presente, chamando-a de feia, o que gerou um grande constrangimento no ambiente.
A atitude do Promotor de Justiça do MP/GO acabou impactando diretamente no andamento do julgamento, levando uma das juradas a se manifestar e se retirar da sala. O juiz de Direito precisou intervir diante da quebra da incomunicabilidade dos jurados, encerrando o conselho de sentença e determinando a anulação da sessão para garantir a imparcialidade do processo.
Promotor de Justiça: O Caso Envolvendo Misoginia e Tumulto na Sessão do Tribunal
Se eu quisesse beijar alguém neste momento, eu gostaria de beijar essas moças bonitas, e não a senhora, que é feia.’ Após protestos dos presentes, o promotor de Justiça continuou: ‘Eu menti? Tecnicamente, ela não é uma mulher bonita’.
O Caso em Julgamento: Ataque à Incomunicabilidade e Juramento no Tribunal
O episódio que gerou todo o tumulto no tribunal tratava de tentativa de homicídio qualificado mediante promessa de recompensa e envolveu o Promotor de Justiça Douglas Roberto Ribeiro de Magalhães Chegury e a advogada Marília Gabriela Gil Brambilla. Durante a sessão, o membro do Ministério Público fez constar em ata que a advogada estaria interrompendo a sustentação oral do MP, tumultuando a tese apresentada.
Declarações Ofensivas e Ética Profissional em Pauta
‘As interrupções foram de forma exaltada, descortês e aos gritos’, relata a ata de audiência. Além disso, a advogada encerrou uma de suas falas de maneira irônica, sarcástica e ofensiva, dizendo ‘um beijo’. A reação do promotor de Justiça, chamando a advogada de feia, foi o estopim para o caos que se seguiu, culminando no abandono do corpo de sentença por parte de uma jurada e na anulação da sessão.
Manifestações das Entidades e Prerrogativas no Campo Jurídico
Após o episódio, diversas entidades emitiram notas repudiando as declarações misóginas do Promotor de Justiça. A OAB/GO e a OAB/DF se solidarizaram com a advogada afetada, assegurando investigações e apoio à sua defesa. A Abracrim Nacional também se manifestou, repudiando veementemente as atitudes do membro do parquet, reforçando a importância do respeito e da ética no exercício da Justiça.
‘É inadmissível que em pleno século XXI, no mês de março dedicado à luta pelos direitos das mulheres, ainda tenhamos que presenciar episódios de desrespeito e discriminação de gênero. O respeito às mulheres advogadas é um imperativo moral e legal’, afirmou a nota da Abracrim Nacional.
Repúdio à Conduta Inaceitável e Violência no Tribunal
O comportamento do Promotor de Justiça foi repugnante, resultando no abandono do júri por parte de uma jurada. A degradação do ambiente judicial por meio de declarações misóginas e desrespeitosas não pode ser tolerada. A ética e a igualdade de gênero devem ser pilares fundamentais no exercício da Justiça, e casos como esses reforçam a necessidade de combater todas as formas de violência e discriminação.
Fonte: © Migalhas
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